quarta-feira, 24 de março de 2010

Curiosidades Afro-Brasileiras

Em meio ao século XIX na cidade do Rio de Janeiro, existiram determinados locais entitulados de Zungú ou Angu. Istó é, propriedades que eram frequentadas por negros para fazerem suas refeições diarias, batuques, camdomblés, vuduns e também práticas de capoeiragem. A origem dos Zungú se deu a beira de regiões portuárias onde eram montadas barracas para as mulheres negras poderem comercializar seus quitutes dentre esses o angu. Porém os proprietários dessas localidades, na capital do império brasileiro eram negros libertos que tinham grandes habilidades comerciais. De acordo com Carlos Eugênio Libano Soares "o Zungú ou Angu eram entendidos pela alta sociedade do século XIX; como casa dividida em pequenos compartimentos que se alugam mediante paga, não só para dormida da gente de mais baixa ralé como para a prática de imoralidades, e serve de coito a vagabundos, capoeiras, desordeiros e ébrios de ambos os sexos". Ainda segundo Libano "Anguzada nome que dão a qualquer fenômeno moral em que se observa a maior confusão. Uma sociedade que se reúne com determinado fim e se compõe de menbros  de opiniões opostas, sem se poderem entender". Sendo proibidos por leis imperiais, as casas de Zungú ou Angu eram fortemente reprimidas por oficiais de justiças e denunciadas por vizinhos racistas brancos. Como se pode perceber esses Zungús, nada mais eram do que uma tentativa de resgate da identidade negra, sucumbida perante as autoridades imperiais do século XIX, ou seja, pessoas tiradas de sua pátria sofrendo diariamente doloroas doses de nostalgias; ao menos nem podiam se reunirem com seus irmãos para celebrarem suas próprias tradições. Os Zungús do século XIX foram duramente criminalizados pelas autoridades imperiais. Não é  exagero dizer que os Zungús do século XXI, continuam a ser tratados de maneiras ainda piores.

sexta-feira, 19 de março de 2010

História de Rio de Contas

Rio de Contas é uma das cidades mais velhas da Chapada Diamantina, com arquitetura do século XVII preservada. Foi a primeira cidade planejada do Brasil em 1745 época do apogeu das fontes aurificas brasileiras. Essa cidade abriga descendentes de portugueses (povoado de Mato Grosso) que só se casam entre si. Duas comunidades quilombolas (Bananal e Barra) de descendentes de escravos que se isolaram desde do século XVII e XVIII.  A origem dessa bela cidade, causa polêmica entre os seus moradores pois parte das pessoas (em sua maioria brancos); defendem a gênesi de Contas através da vinda do bandeirante paulista Sebastião Rapouso e de seu filho Antônio Rapouso Tavares e a outra parte (em sua maioria negros); defendem a origem da cidade através de negros escravos fugitivos que começaram habitar ao redor do Rio de Contas. Oficialmente prevalece a primeira versão da história dessa cidade. Contudo em datas comemorativas a exemplo da conciência negra, essa discussão sempre é retomada pela população.

Roda de Capoeira no Colégio Carlos Souto

Roda de capoeira e feira de cultura em Rio de Contas no Colégio Carlos Souto. Dia de muita festividades locais com exposições de artesanatos, maquetes representando o sistema hidráulico da cidade ao som de muito frevo.

Estudantes da Universidade Estadual de Feira de Santana

Turma de jovens historiadores acompanhado do orientador Onildo Reis (primeira pessoa localizada a esquerda da fotografia), no interior do famoso restaurante artesanal do Arí (terceira pessoa localizada a direita da fotografia) na cidade Rio de Contas.

Quilombo de Bananal

Menino em comunidade do bananal, localizada em Rio de Contas. Onde vivem apenas negros, descendentes de escravos que se isolaram desde o século XVII e XVIII.

Igreja Nossa Senhora de Santana

Igreja Nossa Senhora de Santana construida pelos escravos em meados do século XIX permaneceu em ruínas por cerca de 50 anos. No entanto após o tombamento, inicio-se o processo de reconstrução desse patrimonio histórico-cultural de Rio de Contas.

Artesanato de Rio de Contas na Chapada Diamantina


Exposição de máscaras carnavalescas de Rio de contas. Geralmente confeccionadas durante o ano, para serem usadas no carnaval da cidade que acontece de 2 a 5 de fevereiro